RIO - Hospitais federais do Rio de Janeiro ganharão uma proteção especial do Ministério da Saúde em razão dos constantes tiroteios e balas perdidas. O representante do Ministério no Rio, o médico Oscar Berro, informou que a blindagem em seis unidades federais começa em um prazo de dois anos e vai custar aos cofres públicas mais de R$ 100 milhões, sendo que R$ 30 milhões já foram liberados para serem aplicados este ano.
Na madrugada de sexta-feira, um tiro de fuzil atingiu o centro cirúrgico do Hospital Geral de Bonsucesso, na zona norte da capital. A unidade é administrada pelo Ministério da Saúde.
- O fechamento atende necessidade médica, sanitária e de segurança. Não vamos criar um presídio, mas vamos dar mais segurança para usuários, profissionais e procedimentos. Além disso, serve para se evitar desvio de produtos e equipamentos. Onde tem janela de vidro tem também gasto com material, limpeza, mão de obra e alumínio - acrescentou.
Segundo ele, as janelas dos hospitais serão fechadas com concreto e poderão ser criados muros à prova de bala nas entradas das unidades. Entre as medidas previstas, também estão a instalação de câmeras de TV e a colocação de chips em equipamentos, para facilitar a sua localização em caso de roubo.
- O que aconteceu em Bonsucesso é mais um evento que só ratifica essa necessidade - disse Berro.
O tiro de fuzil não deixou feridos, mas assustou médicos e pacientes da unidade hospitalar. O hospital fica próximo ao complexo de favelas do Alemão.
- Aqui é muito perigoso. Muitos médicos se recusam a dar plantão de madrugada e ficam com medo de ir e de sair do hospital. Muitas vezes, as grades da entrada são fechadas para tentar evitar a entrada de bandidos. Alguns assaltos já aconteceram no estacionamento - disse uma médica que trabalhou no HGB, mas deixou a sua função em razão do perigo e da violência.
Além do HGB, será feita a reestruturação dos hospitais federais do Andaraí, na Zona Norte; dos Servidores do Estado, no Centro; de Ipanema, na Zona Sul; e de Jacarepaguá (Cardoso Fontes), na Zona Oeste - todas unidades próximas a favelas ou morros. O único hospital federal que não está localizado em área considerada de risco é o da Lagoa, também na Zona Sul da cidade.
Berro acrescentou que a reestruturação das unidades faz parte de um projeto especial para a rede hospitalar no Rio de Janeiro, que envolveria custo total de meio bilhão de reais. O projeto inclui a incorporação de quatro mil servidores e o investimento em capacitação dos funcionários que trabalham na segurança.
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