quarta-feira, 8 de julho de 2009

Grávida que perdeu o filho e teve o braço rabiscado recebe alta do hospital

O GLOBO

RIO - Manuela Costa, de 29 anos, que perdeu o bebê após não ser atendida no Hospital Miguel Couto, recebeu alta na tarde desta terça-feira. Ela estava internada desde quinta-feira no Hospital Fernando Magalhães. No mesmo dia, ela teve o braço rabiscado com o nome do hospital que deveria procurar e o número das linhas de ônibus que passam no local. O médico do Miguel Couto que atendeu Manuela é suspeito de omissão no atendimento e de ter escrito no braço da grávida. Manuela vai prestar depoimento na delegacia na quarta-feira às14h. O médico, já identificado pela polícia, deve depor na quinta-feira. De acordo com a polícia, ele já foi autuado na 14ª DP (Leblon) por lesão corporal. Um funcionário do hospital foi quem registrou a queixa.

Os escritos feitos à caneta pelo médico do Miguel Couto indicando para onde a grávida em estado grave deveria se dirigir / Divulgação

Vereadores e deputados fizeram nova vistoria na maternidade do Miguel Couto nesta terça-feira, um dia após eles constatarem no setor de obstetrícia a carência de seis enfermeiros e 18 técnicos de enfermagem. A vistoria também verificou que, dos 43 leitos, 11 foram interditados por causa de obras no hospital. Segundo a secretaria municipal de Saúde, todos os leitos da maternidade voltaram a ficar disponíveis nesta terça-feira.

O vereador Paulo Pinheiro, que participou da vistoria, disse que mandou ofício para a Secretaria de Saúde perguntando qual o plano de contingência para transferir gestantes quando faltam vagas:

- Queremos saber se há um protocolo de atendimento e se existe um plano de contingência que envolva as secretarias de Saúde, além das unidades conveniadas, para remanejar as pacientes.

A assessoria de imprensa da secretaria de Saúde informou que ainda não recebeu o ofício, mas adiantou que a central de regulação de leitos dos hospitais da rede pública no município já funciona e que o médico do Miguel Couto é que não seguiu a política de atendimento, que inclui triagem e classificação de risco.

Manuela teria sofrido um descolamento prematuro da placenta e teria chegado ao hospital Miguel Couto com dores e sangramento. De lá, foi para o Hospital Fernado Magalhães. Após uma cesariana de emergência, ela perdeu o bebê.

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