O GLOBO
RIO - O representante de vendas austríaco Sasha Zanger, cuja filha de 4 anos morreu na sexta-feira por suspeita de espancamento pela tia , conta que gastou mais de cem mil euros com advogados no Brasil e se diz decepcionado com a Justiça brasileira.
- A Justiça brasileira cometeu muitos erros. Eu estou lutando para tirar meus filhos da favela há um ano e meio e não consegui. E agora perdi a minha filha por causa de maus-tratos. É uma tristeza - conta ele que deseja enterrar a filha em seu país, a Áustria.
O outro filho de Sasha está agora sob a guarda da mãe de criação de sua ex-mulher, a brasileira Maristela dos Santos. O pai vê o menino todo o dia, e amanhã deve prestar depoimento na delegacia de Santa Cruz.
- Acho que o meu filho se livrou de um peso muito grande. Ele não está mais ameaçado e não precisa mais mentir. Além disso, agora está limpo e comendo melhor, pois estava desnutrido.
Como no caso Sean, o austríaco invoca a Convenção de Haia para levar o filho de volta. O documento, assinado por vários países entre eles o Brasil, determina que a guarda de crianças levadas para outros países sem a autorização de ambos os pais deve ser decidida no país de origem da criança.
A mãe das crianças sofre de doença mental e está desaparecida. Ela e Sasha se separaram em 2006 por causa da doença.
- Ela queria ficar trancada em casa o dia inteiro com as crianças. E não admitia se tratar. Não aguentei isso e me separei. Dois anos depois, dividíamos a guarda das crianças, mas ela os sequestrou e veio para o Brasil.
Nos últimos dois meses, a tia das crianças Giovana dos Santos Viana obteve a guarda provisória.
- Apesar de ter recebido 500 euros para as crianças por dois meses, meus filhos continuaram sujos e sem comer direito. Não quero nem pensar no que mais ela fazia com as crianças.
A polícia deve ouvir novamente o irmão da menina . De acordo com o conselheiro tutelar de Santa Cruz, Marcelo Machado, o motivo seria a nova versão do caso que o menino contou durante entrevista ao telejornal RJTV, da TV Globo. Na entrevista, a criança contou que chegou a confessar na delegacia que bateu na menina, mas teria sido coagido a fazer isso pela tia.
- Ele nunca disse que houve agressão. O que ele contou é que estava dando banho na menina e ela caiu - afirmou Machado, que informou que a criança foi encaminhada para a casa de conhecidos e aguarda a decisão da Justiça Federal sobre o caso, que corre em segredo de Justiça:
A menina de 4 anos morreu na última sexta-feira com sinais de espancamento. Um laudo inicial do Hospital Adão Ferreira Nunes mostra que a criança estava com hematomas espalhados pelo corpo, o que reforça a hipótese de abuso físico. Ela ficou uma semana em coma internada na unidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário