quinta-feira, 25 de junho de 2009

Jovem de condomínio da Barra que se disse estuprada pode ser acusada de calúnia

O GLOBO

RIO - O delegado Carlos Augusto, da 16ª DP (Barra da Tijuca), disse que a jovem de 19 anos que acusou três menores de a terem estuprado na noite de quarta-feira passada, no condomínio de luxo Península, na Barra da Tijuca, pode ser denunciada criminalmente por calúnia.

Após ouvir os acusados em acareação na tarde desta quinta-feira e de ver as imagens do sistema de segurança do condomínio, o delegado concluiu que a menina mentiu em seu depoimento. Segundo o policial, as imagens mostram os jovens indo embora naquela noite, o que confirma a história relatada pelos três e contradiz a versão da suposta vítima. Segundo o depoimento da menina, que foi ouvida na quarta-feira por cerca de cinco horas, os menores não teriam ido embora juntos. Ela, que não participou da acareação, deve retornar à DP nesta sexta-feira para ser ouvida novamente.

De acordo com a polícia, a jovem disse que foi embriagada durante uma festa e violentada em um matagal que fica nos fundos do condomínio. Os adolescentes e a vítima moram no mesmo condomínio. Todos foram submetidos a exame de corpo de delito no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Exame feito no Instituto Médico-Legal (IML) teria constatado que a jovem sofreu rompimento de hímen e lesão corporal. Tanto o depoimento do jovem quanto da menina confirmam que houve relação sexual. A moça afirmou que teria sido forçada; já o rapaz alegou que tudo foi consentido.

Na última sexta-feira, o delegado Carlos Augusto Nogueira disse que trabalha com a hipótese de violência presumida, quando o agressor se aproveita da vulnerabilidade da vítima.

Os dois foram encontrados em um bosque do condomínio pelo pai da jovem, que ficou transtornado ao ver a filha alcoolizada, seminua, com o rapaz. O pai disse que, assim que chegou ao local, o acusado fugiu. Ele contou que levou a filha para casa e pediu que sua mulher desse banho nela. Em seguida, teria voltado ao Espaço Zen, onde os jovens se reuniram, para pegar pertences da filha, levando sem querer o celular do rapaz. Quando a mãe dele ligou, os dois teriam discutido. Ela afirma que seu filho foi ameaçado diversas vezes e, por isso, chamou a polícia.

A polícia foi chamada pela família do adolescente, que disse ter sido ameaçado de morte pelo pai da jovem. No laudo do exame de corpo de delito dela, feito ontem no Instituto Médico-Legal, constam desvirginamento recente e lesão corporal branda.

Em seu depoimento à polícia, a jovem disse que bebeu muita vodca com uma bebida energética e que depois foi para uma trilha em uma mata do condomínio com o rapaz que é maior de idade. Lá, ela "ficou" com ele. Ela conta que depois de "ficarem", ele foi embora e ela iria em seguida, mas os três adolescentes apareceram e a impediram. Ela contou que estava bêbada e lembra-se de ter feito sexo com, pelo menos, um dos jovens e pedido para que ele parasse.

Os jovens envolvidos negam o estupro e dizem que realmente estavam bêbados e que lembram apenas de a garota ter ido com o amigo mais velho para a trilha. Eles contam que foi ela quem quis "ficar" com um dos rapazes e que, neste momento, o pai dela chegou e disse que iria matar os jovens.

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