RIO - Contrariando o projeto original, a gestão da Cidade da Música não será entregue à iniciativa privada. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a administração terá a participação do município, pois um estudo encomendado a uma consultoria apontou que a operação do complexo cultural exigirá subsídios públicos. Ele também disse que retomará as obras no local, que será aberto sem todos os serviços concluídos. Em um primeiro momento, serão finalizadas apenas a Grande Sala de Concertos e as áreas consideradas essenciais, como o setor administrativo e o pátio.
De acordo com o prefeito, a Cidade da Música não poderá ser administrada apenas pela iniciativa privada porque um estudo de viabilidade econômica feito pela empresa Booz Allen Hamilton apontou que receitas de bilheteria, publicidade e exploração de espaços como cinemas e restaurantes não são suficientes para sustentar o complexo. A consultoria diz que, por conta disso, a prefeitura terá de entrar com subsídios. O modelo dessa gestão mista já está pronto, mas Paes não quis revelar quanto a prefeitura aplicará no local:
- A prefeitura terá de colocar dinheiro porque não há como a Cidade da Música se sustentar. Não poderemos entregar tudo para a iniciativa privada porque sempre teremos de fazer aportes de recursos. O estudo já aponta valores, mas tudo só será definido após a conclusão da auditoria. Haverá fontes de receita, porém elas não fecharão a conta. (Vídeo: Paes fala sobre a Cidade da Música)
Menina dos olhos do ex-prefeito Cesar Maia, a Cidade da Música já consumiu R$ 439 milhões em seis anos de obras. Ele é alvo de uma ação judicial impetrada pelo Ministério Público estadual, que pede o ressarcimento aos cofres públicos de cerca de R$ 1,035 bilhão e tem como réus, além de Cesar, secretários municipais e empreiteiras.
Na última quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes recebeu O GLOBO para um balanço do desempenho de sua equipe. Ele repassou as 83 promessas feitas na campanha eleitoral: em seis meses cumpriu 17 delas ( confira aqui a lista das 83 promessas ). Outras 18 permanecem por fazer e as demais, dependem de estudos, projetos, pedidos de recursos e editais de licitação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário