RIO - A legalização do transporte alternativo feito por vans em duas regiões do estado vai mobilizar, a partir de quarta-feira, as polícias Militar e Rodoviária Federal. É que, a partir deste dia, apenas 84 vans terão o direito de explorar as linhas intermunicipais da Costa Verde e da Baixada Litorânea, feitas hoje por 315 veículos em situação irregular. Os vencedores da licitação denunciaram ao Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) que estão sendo ameaçados pelos outros motoristas. Alguns revelaram ao órgão estadual que teriam seus veículos apedrejados caso saíam às ruas. Na Região dos Lagos, parte do transporte alternativo é comandado pela milícia do ex-sargento PM Francisco César de Oliveira, o Chico Bala, foragido da Justiça. Ele foi excluído da corporação em março.
Na Região Metropolitana, o cerco contra as vans piratas vai se fechar em agosto, quando o governo estadual anunciará os vencedores da licitação. Segundo estimativa do Detro, o Grande Rio tem hoje pelo menos 1.800 vans explorando ilegalmente linhas intermunicipais. Esse número será reduzido a menos de 30%: só 491 poderão continuar.
Diretor técnico-operacional do Detro, João Cassimiro espera que as vans piratas sejam absorvidas pelas prefeituras, quando começar o processo de regularização das linhas municipais. Na capital, porém, este processo pode estar longe de sair do papel. Segundo a Secretaria municipal de Transportes, a licitação de vans ocorrerá apenas quando for implementado o bilhete único, que ainda não tem data para começar. Além disso, a capital já tem motoristas de sobra: o Rio tem duas vans piratas para cada um dos cinco mil veículos legalizados.
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