O GLOBO
SÃO PAULO - Policiais militares usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para reprimir um protesto de alunos, professores e funcionários da Universidade de São Paulo, na tarde desta terça-feira. Pelo menos cinco PMs e vários estudantes e professores ficaram feridos. Três pessoas foram presas, entre elas o presidente do Sindicato dos Professores da USP (Sintusp), Claudionor Brandão. Todos foram levados para o 93º Distrito Policial.
Os manifestantes, que estão em greve desde a semana passada, exigiam a saída dos PMs do campus. No início da tarde, eles bloquearam a entrada principal da Cidade Universitária, próximo ao cruzamento da Rua Alvarenga, na zona oeste da capital paulista.
Veja o vídeo do confronto
Eles deixaram o local depois de uma hora e meia de protesto e foram seguidos pela Tropa de Choque, que estava armada com escudos e cassetetes. A briga começou quando os manifestantes voltavam para o prédio da reitoria. Em certa altura, alunos pegaram pedaços de tijolos e jogaram contra os policiais, que revidaram lançando bombas de gás. O clima no campus era de batalha campal, com estudantes jogando pedra nos policiais e estes jogando bombas nos manifestantes.
Depois de confrontos nas proximidades da Praça do Relógio, perto da reitoria, novas bombas foram lançadas para dispersar alunos que se concentravam perto da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Ainda não se sabe quem deu ordem para que os policiais usassem a força para dispersar os manifestantes. Mais cedo, o governador José Serra afirmou que a presença dos policiais no campus foi pedida pela reitoria. Desde o fim da ditadura militar, época em que o governador José Serra era presidente da UNE, a Polícia Militar não entrava no campus para conter protestos.
Durante toda a manhã, os protestos contra a presença de soldados da Polícia Militar no campus foram pacíficos. Os manifestantes chegaram a distribuir flores em sinal de protesto. Eles afirmavam que não queriam a presença dos soldados nem mesmo à distância. Na semana passada, a tropa de choque da PM ficou dois dias no campus para impedir a realização de piquetes e permitir que quem quisesse trabalhar pudesse fazê-lo sem constrangimentos.
Os funcionários da USP já estão em greve há um mês e reivindicam aumento salarial de 17% (o Conselho de Reitores só quer dar aumento de 6%). Alunos e professores só aderiram a greve na semana passada, depois que a PM ocupou o campus. Alunos e docentes querem a retirada da PM do Campus para que possam voltar à normalidade. A PM alega que está no local porque a Justiça determinou a reintegração de posse de vários departamentos da USP obstruídos por causa da greve de funcionários e estudantes, a pedido da reitoria.
terça-feira, 9 de junho de 2009
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