terça-feira, 16 de junho de 2009

Polícia faz operação para acabar com fontes ilícitas de financiamento das milícias



O GLOBO

RIO - Uma semana depois da megaoperação que prendeu 39 pessoas suspeitas de envolvimento com milícias , a secretaria de Segurança começou a atacar as finanças dos grupos paramilitares. Desde o início da manhã desta terça-feira, a polícia realiza uma ação com o objetivo de acabar com fontes ilícitas de financiamento dos grupos que atuam na Zona Oeste como o transporte ilegal de passageiros; o furto de sinal de televisão por assinatura; e as atividades commerciais que não cumprem as posturas municipais. Um paiol com armas e granadas, que pertencia ao miliciano Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, dois depósitos de gás e três centrais clandestinas de TV a cabo foram estourados. A polícia encontrou ainda uma arma inusitada: uma muleta transformada em espingarda (Vídeo: policial explica como a muleta-espingarda funciona ). Também foram apreendidos grande quantidade de equipamentos eletrônicos usados pelos milicianos na central de TV a cabo.

Veja fotos da operação Têmis 2 contra a milícia

Confira a lista dos milicianos presos na operação realizada na semana passada)

A Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop), que também participou da operação, rebocou 13 veículos de transporte de passageiros (vans/kombis) ilegais em Campo Grande. Também foram lacradas 12 vans e multados mais 13 veículos.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, e o subsecretário operacional da SSP, Roberto Sá, sobrevoaram Campo Grande de helicóptero e, do alto, observaram os pontos onde ocorreram as operações policiais.

Cerca de 340 policiais civis e militares participam da ação. Segundo o coordenador da operação, delegado Ronaldo Oliveira, além da fiscalização, o objetivo também é cumprir 19 mandados de prisão restantes contra milicianos.

De acordo com Beltrame, a operação da Polícia Civil nesta região será por tempo indeterminado, com revezamento de equipes, para desarticular as atividades ilícitas da milícia e permitir que serviços regularizados consigam chegar a esses locais.

O choque de fiscalização deve durar no mínimo 30 dias ininterruptos. Após este prazo, de acordo com a secretaria, será feito um balanço e a operação de fiscalização poderá ser prorrogada por outros 60 dias. Segundo dados da secretaria, só o comércio paralelo de gás movimenta mais de 50 mil botijões por mês. Além disso, estima-se que existam cerca de 100 mil ligações clandestinas de TV na região.

Além das polícias estaduais, a segunda fase da Têmis conta com a participação de Detro, Detran, secretaria municipal de Ordem Pública, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado do Rio de Janeiro (Sirgaserj), Rio Ônibus (Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) e Net Rio S/A.

De acordo com a Secretaria de Segurança, o combate às milícias no Rio de Janeiro começou em 2007 e a evolução dos números dos presos é a seguinte: em 2006 foram 5 presos, em 2007 23 presos, em 2008 foram 78 presos e em 2009 foram 80 presos, sem contar com os presos na ação da semana passada, que prendeu 39 pessoas - 21 policiais militares, três policiais civis, um bombeiro e mais 14 acusados. Foi a maior operação já realizada para desarticular as milícias que atuam na Zona Oeste do Rio, considerada uma das mais violentas do estado, com mais de 30 homicídios em seis meses. Há ainda 23 foragidos, entre eles dois policiais civis e seis PMs.

A ação conjunta entre as polícias Civil e Militar se voltou para a milícia conhecida como Liga da Justiça, que seria chefiada pelo ex-policial militar Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman. De acordo com a polícia, a milícia atua principalmente nas favelas da Carobinha e do Barbante, em Campo Grande, e nos bairros de Cosmos, Inhoaíba e Paciência. Entre os presos, está Ocimar da Silva, conhecido como Hamburgão, apontado como um dos sucessores de Batman, que está preso em Campo Grande, Mato Grosso do Sul . Além de Hamburgão, outro preso também atuaria no comando da milícia.


Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de uma informação essa muleta espingarda não foi apreendida em uma operação alguns dias atraz,em uma boca de fumo. será que estão fabricando em serie ou é a mesma.
afinal tem justificar o gasto com uma mega operação em que apenas uma pessoa foi detida.(coitado deve ser um bucha).