Operação no Vidigal termina com dois mortos, um preso e uma moradora baleada

O DIA

Objetivo de encontrar paiol e traficantes não foi alcançado

Leslie Leitão e Bartolomeu Brito

Rio - Terminou por volta das 15h desta sexta-feira a operação que cerca de 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), 23º BPM (Leblon) e Batalhão Florestal fizeram no Morro do Vidigal, em São Conrado, Zona Sul do Rio.

A Avenida Niemeyer precisou ser fechada. Um policial militar e um bandido morreram. Uma moradora foi baleada, mas passa bem. Um rapaz foi preso. Uma central clandestina de TV por assinatura foi estourada no alto da favela. Entre as apreensões estão fios, receptores, antenas, armas, munição, drogas, roupas pretas, e peças de veículos roubados. O clima já é de tranquilidade na comunidade. Os acessos estão com segurança reforçada e não há confrontos.

Cerca de 200 homens participaram da operação na favela | Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Objetivo principal não foi alcançado

Segundo o coronel Lima Castro, o objetivo da incursão era checar informações do Disque-Denúncia sobre a localização de um paiol de armas e esconderijos de traficantes. As equipes também tentaram cumprir cerca de dez mandados de prisão.

"A exceção de um policial nosso que foi mortalmente ferido, o balanço é favorável. Temos apreensão de veículos, apreensão de munições, apreensão de material de gato net, armamento, então, um balanço favorável", afirma o tenente coronel Lima Castro.

>> FOTOGALERIA: A guerra entre policiais e traficantes na favela

Quando os policiais chegaram ao Vidigal, antes das 6h, houve um intenso tiroteio com traficantes, que obrigou o tráfego a ser fechado na Avenida Niemeyer por cerca de duas horas, segundo os moradores. A CET-Rio diz que a via expressa só ficou fechada por 45 minutos.

Durante a troca de tiros, o agente Elias da Silva Júnior, do Serviço Reservado do Batalhão do Leblon, foi baleado e morreu no Hospital Miguel Couto, na Gávea, também Zona Sul da cidade. Ele estava subindo a favela, pela entrada em frente ao número 789 da Avenida Presidente João Goulart, no local conhecido como Largo do Santinho, quando foi surpreendido por traficantes. O carro, que foi rebocado para o quartel, está com muitos tiros de fuzil e com muito sangue do policial.

Gregória Maria dos Santos, de 28 anos, foi atingida na perna esquerda por uma bala perdida, quando passava próximo a uma farmácia da comunidade. Ela também foi levada para o Hospital Miguel Couto e não corre risco de morrer.

Um traficante, conhecido com "Zoião", também morreu no confronto. Ele chegou a ser levado para o Hospital na Gávea por um blindado da PM, mas não resistiu aos ferimentos.

Gatonet e alunos sem aula

Policiais encontraram uma central clandestina de TV por assinatura no alto da favela. No local e em outros pontos, foram apreendidos materiais como fios, receptores, antenas, armas, munição, drogas, roupas pretas, peças de veículos e veículos roubados. Robson Goulart, 20 anos, foi preso com uma moto roubada. Ele disse que a comprou de um traficante. O rapaz é lutador de boxe e também entregador de quentinhas.

O comércio no alto da favela funciona normalmente. Os moradores estão saindo de casa, mas cerca de 1400 alunos do Vidigal não estudaram essa manhã. As aulas foram suspensas em duas creches e duas escolas da região.

Um veículo blindado da PM teve problemas na caixa de marcha e precisou ser rebocado.