quarta-feira, 10 de junho de 2009

Foragido trabalhou na Alerj

O DIA

Maria Mazzei e Francisco Edson Alves

Rio - Dois inspetores da Polícia Civil, que são irmãos, estão foragidos. Um deles trabalhou ano passado no gabinete de Natalino, na Alerj, e o outro estava lotado na Delegacia Antissequestro (DAS).

Um dos presos, o inspetor José Lino Filho, lotado na 63ª DP (Japeri), também vai responder por porte ilegal de arma, já que foram encontrados um revólver não registrado e uma espada ninja na casa dele. Lino já trabalhou na Delegacia de Homicídios da Zona Oeste (DH-Oeste).

Apontado como armeiro da quadrilha, Wallace Luigi da Silva Langa é ex-paraquedista do Exército e foi capturado. Entre os 23 foragidos, há um agente penitenciário.

Polícia prende 35 integrantes de milícia da Zona Oeste

Na maior ofensiva já realizada para combater grupos paramilitares no estado, 35 pessoas foram presas ontem, entre elas 17 PMs e três policiais civis — outros oito dos acusados já estavam na cadeia. O objetivo da ação foi desarticular a Liga da Justiça, grupo paramilitar da Zona Oeste, suspeito de pelo menos 30 assassinatos na região de um ano para cá. Vinte três pessoas continuam foragidas da Justiça, sendo nove agentes públicos.


A investigação começou há um ano e quatro meses, com um inquérito da 35ª DP (Campo Grande), que deu origem à ação coordenada ontem pela Missão Suporte da Polícia Civil. Mais de 400 policiais militares e civis participaram da Operação Têmis — deusa grega guardiã da justiça, da lei e dos homens. Para o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a ação foi um duro golpe para a quadrilha.

“Não podemos afirmar que o grupo acabou, que não existe mais, mas ele praticamente se esvai com a prisão dessas pessoas”, disse, frisando que 114 acusados de ligação com milícias foram presos este ano.

Segundo Beltrame, policiais descobriram que a Liga da Justiça explorava comunidades onde vive 1,3 milhão de pessoas. “Foi o que direcionou a investigação para a Zona Oeste. Era o grupo mais desafiador, o que mais achincalhava o povo do Rio e o que mais demonstrava poder e força”.

Para evitar o vazamento, a 1ª Vara Criminal de Campo Grande só expediu os 66 mandados de prisão preventiva segunda-feira à noite, depois de uma reunião entre o secretário e o presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Zveiter. Todos foram denunciados pelo Ministério Público por formação de quadrilha. Estão foragidos dois policiais civis, seis PMs e um agente penitenciário.

Oito pessoas já estavam presas, entre elas o ex-PM Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, e cinco PMs detidos no Batalhão Especial Prisional. Durante a investigação, a Missão Suporte pediu nova prisão do ex-deputado Natalino José Guimarães, o Natalino, e d ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, apontados como chefes do bando. A Justiça negou.

Um dos fugitivos é Maciel Valente de Souza, o Zaca, que estaria abaixo de Batman na hierarquia da quadrilha. Entre os presos está Ocimar da Silva, o Hamburgão, apontado como homem de articulação e braço armado do bando, responsável pela cobrança das taxas de transporte alternativo.

Policial tentou se esconder debaixo de cama de motel

A Corregedoria e o Serviço Reservado da PM tinham 27 mandados de prisão para cumprir contra policiais de batalhões da região e até de quartéis do Centro e da Zona Sul. Um policial lotado no Grupamento Especial de Policiamento no Complexo Penitenciário de Bangu também foi preso.

Na casa de Adilson de Almeida Siqueira, do 27º BPM (Santa Cruz), havia munição de fuzil. Os policiais apreenderam ainda quatro pistolas, munição para esse tipo de arma, 22 telefones celulares, computadores e dois coletes à prova de balas extraviados da PM. Uma granada foi encontrada na casa de Ricardo Gildes Souza, o Dentuço, que está foragido.

Ao perceber a movimentação policial em Campo Grande, um dos acusados se refugiou no Motel Aghadyr: Leandro Gomes da Silva, o Maconha, estava escondido embaixo da cama.

Para tentar localizar os suspeitos, 32 equipes da Polícia Civil, cada uma liderada por um delegado, receberam um mapa com a foto do acusado, o endereço e os dados de localização por GPS.

Beltrame: novas operações

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que a Liga da Justiça controlava 70% das áreas dominados por grupos paramilitares no Rio. De acordo com ele, as investigações contra milicianos vão continuar, e “prender os últimos remanescentes desse grupo é questão de algumas semanas”. A meta agora é tentar localizar o ex-sargento Francisco César de Oliveira, o Chico Bala, que está foragido. Ele é acusado de comandar grupo rival da Liga da Justiça na Zona Oeste.

O chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, elogiou a operação e disse que o policial que estiver do lado da milícia é considerado inimigo e perderá o emprego.

NA CADEIA

POLICIAIS MILITARES

Adjan Jardim Matoso Pereira
Adilson Almeida Siqueira
Fábio Fortunato Costa
Júlio César Ferraz de Oliveira
Ulisses da Costa Batista
Carlos E. Benevides Gomes
Alessandro Fiel Lopes
Ricardo Carvalho dos Santos
Jorge Luís Oliveira Fernandes
Átila Luís castro de Souza
Marcos José de Lima Gomes
Kennedy Graciano de Albuquerque
Carlos H. Garcia Ramon
Ricardo de Azevedo Tinoco
Alonso dos Santos de Holanda
Flávio Mendes Augusto
Airton Padilha Menezes

POLICIAIS CIVIS
José Lino Filho
Pedro Celestino de Amorim
Carlos A. Rodrigues Feliciano

NÃO POLICIAIS
Ademil Deodoro da Silva
Adriano Gonzaga dos Santos
Alessandro Barroca Lima
Bruno César de Santana
Ernandes Mendes Linhares
Leandro Gomes da Silva
Luciano Sabino da Silva
Luiz Carlos Rodrigues Evaristo
Marciel Paiva de Souza
Jonatha Lopes
José Luiz do Nascimento
Paulo Sérgio Lopes da Silva
Ocimar da Silva (Hamburgão)
Wallace Luigi da Silva Langa
Wallace Castro Fernandes

JÁ ESTAVAM PRESOS
Carlos Eduardo Marinho
Wallace Castro Fernandes
Sílvio Pacheco Fontes
IIvilson Ubelino de Lima
Rogério Alves de Carvalho
Wenderson de Oliveira Rocha
Marcone Alves do Nascimento
Ricardo Teixeira Cruz (Batman)
Moyses Pereira Maia Junior
Alessandro Barroco Lima.

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