sábado, 13 de junho de 2009

Criminosos da Maré pediram ajuda à Rocinha para enfrentar invasores

O DIA

Bilhete revela que bando da Vila dos Pinheiros recebeu ajuda de comparsas

Rio - Bilhete apreendido pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) durante operação na Rocinha, semana passada, indica que a guerra no Complexo da Maré pode estar longe do fim. Quinta-feira, dois PMs e cinco traficantes morreram em confronto, elevando para 15 o número de vítimas em 13 dias. Desde então, cerca de 7 mil estudantes de colégios e creches da região estão sem aula.

Na anotação, homem identificado pela letra R pede apoio a comparsas da Rocinha — ligados à facção Amigos dos Amigos (ADA) — para evitar a perda da Vila dos Pinheiros, na Maré, para rivais do Terceiro Comando Puro (TCP). O bilhete estava na casa de Jorge Luiz de Oliveira, o Jorginho PQD, que é desertor do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista.

“Avisar o amigo Nem ou Zé Cabeção para dar um apoio aos amigos do Pinheiro para não deixar o safado do Facão tomar, pois aquilo é nosso”, diz o texto, referindo-se a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefão da Rocinha, e a José Carlos de Oliveira, o Cabeção, um de seus aliados.

A invasão à Vila dos Pinheiros, no dia 31, foi liderada por Nei da Conceição Cruz, o Facão, e Marcos Sabino, o Matemático, que saíram da prisão para trabalhar em abril e não voltaram. Segundo policiais da 21ª DP (Bonsucesso), participaram do ataque bandidos da Baixa do Sapateiro e do Timbau, também na Maré, e da Favela da Coreia, em Senador Camará.

Ontem, a PM manteve a ocupação ao complexo e não houve tiroteios. À tarde, cerca de 500 pessoas acompanharam o enterro do tenente Alexandre Alves de Lima e do sargento Ítalo Petrúcio da Silva no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, lamentou que a legislação tenha permitido a saída de Facão e Matemático da cadeia.

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