sexta-feira, 17 de julho de 2009

Polícia encontra estufa de maconha no São Carlos

O GLOBO ON LINE

Estufa de maconha encontrada em casa no Morro de São Carlos. Foto: Marco Antônio Cavalcanti

RIO - Um traficante não identificado foi baleado, na manhã desta quinta-feira, durante operação da Polícia Civil no Morro do São Carlos. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Durante a ação, os policiais encontraram uma estufa de maconha com 78 mudas da planta, que eram regadas com água mineral.

No local, havia um sistema de refrigeração parecido com o de uma estufa para plantas legalizadas. A luminosidade do cômodo era controlada, assim como a temperatura (com ajuda de um termostato, que acionava seis ventiladores e seis refletores). Pelo menos 11 baterias garantiam a energia do lugar.

- Em 22 anos de polícia, nunca vi disso, uma estufa dentro de um barraco numa comunidade. É comum estourarmos locais para refino de cocaína e crack, mas não uma plantação dessa numa favela - disse o inspetor Marco Antônio Carvalho, da 17ª DP (São Cristóvão), que esteve à frente da operação. - Os bandidos podem estar querendo evitar as perdas, já que muitas vezes a droga é apreendida antes de chegar ao morro.

Um regador, um termômetro, um aparelho que controlava a entrada de luz, sacos de areia e pacotes de adubo também foram achados no barraco, que tinha apenas um quarto e um banheiro.

- Eles sabem como cuidar da planta. Quem entende do assunto diz que a maconha não cresce com água sem tratamento, e que é preciso manter as mudas num ambiente fresco e protegido da luz. Por isso, eles criaram este sistema todo - explicou o inspetor.

Segundo os agentes envolvidos na ação, na hora em que os policiais se aproximaram do barraco, situado numa área conhecida como Chuveirinho, o homem que cuidava do lugar conseguiu fugir. Por dentro, o barraco, de alvenaria, tinha as paredes e o teto forrados por um tecido branco.

Os vasos de maconha foram levados para a delegacia. A operação, de acordo com o delegado Túlio Pelosi, titular da 17ª DP, teve o objetivo de checar denúncias da existência de um depósito de armas e drogas nos morros da Mineira, no Catumbi, e do São Carlos, que são vizinhos. Também participaram homens da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Dois helicópteros Águia deram apoio aos policiais. Na entrada dos agentes na comunidade, houve troca de tiros. Um fúzil e uma pistola foram apreendidos.

Na Mangueira, catálogo de armas

Catálogo com armas encontrado com traficantes. Foto de Marcelo Carnaval

Nesta quarta-feira, um catálogo com fotografias de armas e munição foi apreendido por policiais civis durante operação no Morro da Mangueira , na Zona Norte (Veja fotos da operação na Mangueira) . Cada fotografia de armas e munição tinha no verso o valor e a especificação. Um fuzil era oferecido aos traficantes por preços que variavam entre R$ 15 mil e R$ 50 mil. A apreensão comprova a presença de traficantes internacionais de armas atuando no Rio para abastecer bandidos nos morros da cidade.

(Vídeo: delegado fala sobre o catálogo de armas dos traficantes)

Na operação, quatro pessoas morreram, entre elas, Bruno Rogério de Almeida Tavares, conhecido como Bruninho e apontado pelos policiais como o chefe do tráfico na Mangueira. Bastante ferido, Bruno foi capturado quando tentava deixar o morro em busca de socorro médico. Levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, o traficante morreu quando era atendido.

NE

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