sexta-feira, 5 de junho de 2009

Polícia faz operação para prender acusados de desviar dinheiro da Prefeitura de Campos

PRECISANDO DE ADVOGADO CRIMINALISTA

O GLOBO

RIO - Pelo menos quatro ex-funcionários da empresa Campos Luz, ligada à Prefeitura de Campos, foram presos na manhã desta sexta-feira. Eles são acusados de desviar milhões da prefeitura durante a gestão do ex-prefeito (PSB). Entre os presos está o atual presodente do PCdoB de Campos, Sivaldo Abílio de Oliveira, 67 anos, que é ex-presidente da empresa.

De acordo com a polícia, Abílio é acusado de desviar cerca de R$ 40 milhões dos cofres públicos. De acordo com as investigações, ele teria sacado R$ 10 milhões numa agência da Caixa Econômica da cidade no último dia útil do ano passado, no apagar das luzes do governo do ex-prefeito. Ele foi preso no início da manhã, em casa.

Também foram presos Janaína Velasco de Oliveira, de 36 anos, filha de Sivaldo; Altair Peçanha Rangel, 52 anos; e Italamei Barroso Falcão, 39 anos. Os três são ex-funcionários da empresa Campos Luz, responsável pela manutenção e reparos da iluminação na cidade. Os quatro foram autuados pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade de documentos públicos e particulares e falsidade ideológica.

Segundo o delegado da 147ª DP (São Francisco de Itabapoana), Ivaílson Moreira Sardinha, as investigações tiveram início em fevereiro deste ano, quando foi aberto um inquérito policial para apurar uma série de denúncias envolvendo desvios de verbas públicas em Campos.

- Na última semana da gestão de Sivaldo à frente da Campos Luz foram desviados cerca de R$ 7 milhões - revelou o delegado.

Na ação foram apreendidos 23 veículos, sendo nove caminhões de grande porte, 11 carros, duas motos e um trator. Também foram apreendidas cinco armas, munições, dois cofres, notebooks, cerca de 20 computadores, 50 aparelhos celulares, além de eletrodomésticos, dinheiro e jóias. Os agentes também apreenderam equipamentos de um estúdio de som, em Campos. Nove empresas de Campos atuavam como "fantasmas" e estariam envolvidas no superfaturamento de obras. Todas foram lacradas.

A operação aconteceu em Campos, no Rio e em Niterói. No Rio, os agentes fizeram buscas em dois endereços nos bairros de Copacabana e Urca. Já em Niterói as buscas aconteceram no bairro de Santa Rosa. Cerca de 150 policiais civis, de seis delegacias do interior e nove especializadas, participaram da operação que tinha como objetivo cumprir 23 mandados de busca e apreensão e sete de prisão, expedidos pela Justiça, em Campos dos Goytacazes. Foram usados 40 viaturas, três reboques, um caminhão baú e um helicóptero Águia.

Em maio, a Justiça Federal em Campos acolheu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-prefeito Alexandre Mocaiber pelo desvio de recursos do Programa de Saúde da Família (PSF), apurado na Operação Telhado de Vidro. Com o recebimento da denúncia, oferecida pelo procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, Mocaiber passa a responder a um processo penal na 1ª Vara Federal de Campos.

Mocaiber foi denunciado pelos crimes de formação de quadrilha (duas vezes), corrupção passiva (duas vezes), dispensa indevida de licitação (seis vezes) e fraude a licitação (duas vezes). Ao receber a denúncia, o juiz da 1ª Vara Federal de Campos indeferiu por ora o pedido de prisão preventiva do ex-prefeito. A participação do réu em duas quadrilhas foi verificada a partir de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.

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