COMENTÁRIOS RICARDO GAMA
O GLOBO ON LINE
RIO - Os motoristas de vans realizam, desde o início da manhã desta segunda-feira, mais uma manifestação contra os termos de licitação de linhas que circulam na região metropolitana do Rio adotado pelo Departamento de Transportes Rodoviários (Detro). Os topiqueiros seguiram de diversos pontos da Baixada Fluminense em direção ao Centro do Rio. Segundo os manifestantes, o protesto é pacífico. Apesar disso, a Polícia Militar montou vários bloqueios ao longo das principais vias da cidade e diversas vans ficaram retidas.
No início da tarde os topiqueiros seguiram em direção à Cinelândia, e o protesto causa problemas nas Avenidas Presidente Vargas e na Avenida Rio Branco, no Centro, na altura da Rua Buenos Aires. Mais cedo, houve engarrafamentos de São João de Meriti até a Avenida Brasil. Foram registrados problemas também na Rodovia Washington Luíz e na Linha Vermelha.
O protesto começou por volta das 6h. De acordo com o sindicato da categoria, o objetivo era se concentrar em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, onde haveria um ato. Mas até o fim da manhã nenhum motorista chegou ao local. Apesar disso, a segurança foi reforçada em frete à sede do governo. Os motoristas pretendem pedir uma audiência ao governador Sérgio Cabral. Todos os acessos ao Rio tiveram o policiamento reforçado e a Polícia Rodoviária Federal acompanha o comboio.
Mais cedo, os motoristas chegaram a fechar a pista sentido Centro da Avenida Brasil, na altura de Parada de Lucas, mas a pista foi liberada pela Polícia Militar. Um grupo chegou ao Centro do Rio e se concentrou na Candelária, onde ficou exibindo cartazes que pediam a criação de uma CPI para investigar o Detro. Para não atrapalhar o trânsito no Centro, eles esperavam o sinal fechar e só então circulavam pelas ruas no entorno da Candelária exibindo os cartazes. A concentração na Candelária, no Centro do Rio, está recebendo adesões de motoristas da Baixada, de Niterói e da Zona Norte.
Os topiqueiros aguardavam a chegada de outros manifestantes que ficaram retidos na Avenida Brasil, na Linha Vermelha e na Washington Luíz. De acordo com o tenente-coronel Avanir, do Batalhão de Vias Especiais, apenas cinco das 30 vans que estavam paradas na altura do Trevo das Missões, na Avenida Brasil, foram liberadas para seguir até o Centro da cidade para participar do protesto. O restante dos veículos foi conduzido ao pátio da Polícia Rodoviária Federal. Na Rodovia Washingnton Luíz, cerca de 300 vans que, desde cedo, se concentravam na via foram dispersadas. O objetivo da medida foi evitar mais transtornos ao trânsito.
Segundo os manifestantes, se for mantido o projeto de licitação, o número de vans cairá de 1.805 para 691. Apesar das ameaças, o presidente do Detro disse que o governo estadual não vai recuar milímetro algum no processo de licitação. Segundo ele, pouco mais de mil donos de vans participaram da licitação os 691 motoristas que terão direito a explorar o transporte legalmente. Ele acrescentou que não está descartada a hipótese de o Detro fazer outras licitações se houver necessidade, tendo em vista apenas o interesse público.
Na semana passada, pelo menos duas pessoas foram detidas e duas ficaram feridas em manifestação de motoristas de vans em frente ao Palácio Guanabara, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Houve confronto entre policiais e manifestantes, e até uma batata com pregos foi apreendida. O trânsito precisou ser interditado nos dois sentidos da via, e o tráfego ficou muito complicado na Zona Sul.
Temendo represálias, alguns dos sessenta e seis motoristas de vans da Região dos Lagos e da Costa Verde, que conseguiram se legalizar participando da licitação promovida pelo Detro se abrigaram no interior do Palácio Guanabara. Os motoristas dormiram num quarto improvisado no interior do palácio. Eles participaram da cerimônia de assinatura do contrato de permissão e começam a circular nas ruas na quarta-feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário