O GLOBO
RIO - O advogado Mario de Oliveira Filho, que defende Alessandra Ramalho D'Ávila Numes, acusada de ter matado a facadas neste sábado seu marido, o engenheiro e empresário Renato Biasotto, está tentando nesta terça-feira à tarde junto ao juiz do 3º Tribunal do Júri do Rio, Sidney Rosa da Silva, a revogação da prisão temporária de sua cliente . A prisão de Alessandra foi pedida pela 16ª DP (Barra da Tijuca) que investiga o crime. O advogado condicionou a apresentação de Alessandra à revogação da prisão. O advogado desqualificou o argumento apresentado pela polícia. Mario informou que, caso a Justiça não atenda sua solicitação, ele recorrerá a instâncias superiores, tais como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até o Supremo Tribunal Federal (STF).
O delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, da 16ª DP, reafirmou não acreditar na versão de legítima defesa apresentada pelo advogado e disse que alterou a qualificação de Alessandra no inquérito: ela era acusada de homicídio simples e agora passa a ser acusada de homicídio qualificado. Carlos Augusto disse ainda que fez a alteração com base nos depoimentos já colhidos. Estes o levaram a conclusão de que o crime se deu por motivo fútil.
De acordo com o delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, a faca atingiu o tórax do engenheiro, próximo ao coração de Renato.
- Olhando o corpo da vítima, fica visível a marca próxima ao coração. Inicialmente, não acredito na questão de legítima defesa - comentou o delegado.
O advogado, que sustenta a tese de legítima defesa, entregou na tarde desta terça-feira ao delegado uma solicitação para que o corpo do empresário não seja cremado na próxima quinta-feira como havia sido programado.
Com isso, o advogado quer que sejam realizadas diversas perícias. Ele quer verificar o teor alcoólico encontrado no sangue de Renato; análise química nas víceras para verificar a existência ou não de substância entorpecente; a colheita ( se existir) e análise de material encontrado sob as unhas de Renato como, por exemplo, pele humana e a análise nas vestes e nos objetos utilizados por ele no dia do crime, tais como relógio, cinto e camisa.
No fim da tarde desta segunda-feira, depois de buscas no prédio, policiais da delegacia da Barra encontraram a faca escondida atrás de uma televisão, numa saída desativada do apartamento do casal. O material foi encaminhada para a perícia. Para o delegado Carlos Augusto Nogueira, titular da 16ª DP, ainda é cedo para chegar a conclusões. O advogado da família da vítima, João Mestieri, esteve na delegacia, na tarde desta segunda, acompanhando por Frederick Engel Hart, tio de Renato. Ele disse que realmente o casal mantinha uma relação conflituosa e que a mãe de Renato, de 78 anos, está muito abalada e não acredita na morte do filho.
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