O DIA
Terreno em Rio das Pedras seria o motivo da disputa entre viúva de inspetor e um dos indiciados pela CPI das Milícias
POR THIAGO PRADO, RIO DE JANEIRO
Rio - Uma decisão da 1ª Vara Cível de Jacarepaguá pode aumentar a tensão na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá. Está autorizada a demolição dos prédios construídos a mando da milícia no terreno de Maria do Socorro Barbosa, viúva do inspetor Félix Tostes, executado em 2007. O imbróglio que a polícia acredita ser a causa de atentado a Socorro, em novembro, é mais um componente que a transforma em um possível alvo.
Assim como o ex-vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho — assassinado semana passada —, ela detalhou em depoimento à Polícia Civil o que sabe sobre o grupo paramilitar de Rio das Pedras.
A área que gerou disputa com um indiciado pela CPI das Milícias da Alerj fica na Curva dos Pinheiros. Socorro autorizou, por escrito, que Dalcemir Pereira Barbosa — irmão do sargento reformado da PM Dalmir Pereira Barbosa — regularizasse a área na prefeitura em 2008. Mas Dalcemir vendeu lotes de terra a empreendedores, que ergueram quatro prédios. Em agosto, Socorro denunciou o caso na 32ª DP (Taquara). Ao mesmo tempo, acionou Dalcemir na Justiça e conseguiu, em mês passado, a reintegração de posse e a autorização para demolir os edifício construídos sem a sua autorização.
Perfil do bando
Há dois meses, Socorro voltou a se indispor com milícia. Em 14 de abril, ao revelar à polícia o perfil do bando no inquérito que apura formação de quadrilha na comunidade, ela revelou que, desde a morte de Félix, recebia pensão de R$ 10 mil de Dalmir. No entanto, Socorro e seus sócios na empresa de gás da favela tinham que pagar R$ 1 mil por mês aos PMs Paulo Eduardo da Silva Azevedo, o Paulo Barraco, e Maurício da Silva Costa, o Maurição, a título de “segurança”.
Recentemente, essa cobrança subiu para R$ 6 mil mensais. Com a ação judicial e a recusa em pagar a quantia, a relação finalmente estremeceu.
Socorro denunciou chefes do grupo
Em depoimento prestado à 32ª DP (Jacarepaguá), Maria do Socorro contou que o grande chefe da milícia de Rio das Pedras desde a morte de Félix é o sargento Dalmir — que tem como ‘braços imediatos’ Dalcemir, Paulo Barraco e Maurição. Abaixo, segundo a viúva, estariam Getúlio Rodrigues Gamas — assassinado mês passado —, Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, Marcus Vinícius Reis dos Santos, o Fininho, Jorge Macedo e André PM.
Seriam ainda integrantes do grupo Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico, Antonio Carlos de Morais, o Caveirinha, o PM Cristiano Cleic Hygino, Ricardo Zacarias Cristino e homem identificado apenas como Luciano.
Outro denunciado por Socorro foi o PM Paulo Alvarenga, atualmente responsável pela segurança de Dalmir. Preocupado com as mortes recentes, o sargento já teria até convocado homens da Praça Seca, outra área dominada por milícia em Jacarepaguá. Socorro vive protegida 24h por escolta da PM.
Execuções anunciadas
Outra morte anunciada da guerra em Rio das Pedras ocorreu no último dia 4. Tiago Henrique de Oliveira, conhecido como Romarinho, foi assassinado de madrugada na esquina da Rua do Amparo com a Avenida Engenheiro Souza Filho.
Segundo o registro de ocorrência do homicídio, não houve testemunhas. Em 11 de junho do ano passado, o irmão de outra vítima, assassinada pela milícia, depôs na 32ª DP alertando que Romarinho era um alvo da milícia. Dito e feito.
Assim como o ex-vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho — assassinado semana passada —, ela detalhou em depoimento à Polícia Civil o que sabe sobre o grupo paramilitar de Rio das Pedras.
A área que gerou disputa com um indiciado pela CPI das Milícias da Alerj fica na Curva dos Pinheiros. Socorro autorizou, por escrito, que Dalcemir Pereira Barbosa — irmão do sargento reformado da PM Dalmir Pereira Barbosa — regularizasse a área na prefeitura em 2008. Mas Dalcemir vendeu lotes de terra a empreendedores, que ergueram quatro prédios. Em agosto, Socorro denunciou o caso na 32ª DP (Taquara). Ao mesmo tempo, acionou Dalcemir na Justiça e conseguiu, em mês passado, a reintegração de posse e a autorização para demolir os edifício construídos sem a sua autorização.
Perfil do bando
Há dois meses, Socorro voltou a se indispor com milícia. Em 14 de abril, ao revelar à polícia o perfil do bando no inquérito que apura formação de quadrilha na comunidade, ela revelou que, desde a morte de Félix, recebia pensão de R$ 10 mil de Dalmir. No entanto, Socorro e seus sócios na empresa de gás da favela tinham que pagar R$ 1 mil por mês aos PMs Paulo Eduardo da Silva Azevedo, o Paulo Barraco, e Maurício da Silva Costa, o Maurição, a título de “segurança”.
Recentemente, essa cobrança subiu para R$ 6 mil mensais. Com a ação judicial e a recusa em pagar a quantia, a relação finalmente estremeceu.
Socorro denunciou chefes do grupo
Em depoimento prestado à 32ª DP (Jacarepaguá), Maria do Socorro contou que o grande chefe da milícia de Rio das Pedras desde a morte de Félix é o sargento Dalmir — que tem como ‘braços imediatos’ Dalcemir, Paulo Barraco e Maurição. Abaixo, segundo a viúva, estariam Getúlio Rodrigues Gamas — assassinado mês passado —, Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, Marcus Vinícius Reis dos Santos, o Fininho, Jorge Macedo e André PM.
Seriam ainda integrantes do grupo Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico, Antonio Carlos de Morais, o Caveirinha, o PM Cristiano Cleic Hygino, Ricardo Zacarias Cristino e homem identificado apenas como Luciano.
Outro denunciado por Socorro foi o PM Paulo Alvarenga, atualmente responsável pela segurança de Dalmir. Preocupado com as mortes recentes, o sargento já teria até convocado homens da Praça Seca, outra área dominada por milícia em Jacarepaguá. Socorro vive protegida 24h por escolta da PM.
Execuções anunciadas
Outra morte anunciada da guerra em Rio das Pedras ocorreu no último dia 4. Tiago Henrique de Oliveira, conhecido como Romarinho, foi assassinado de madrugada na esquina da Rua do Amparo com a Avenida Engenheiro Souza Filho.
Segundo o registro de ocorrência do homicídio, não houve testemunhas. Em 11 de junho do ano passado, o irmão de outra vítima, assassinada pela milícia, depôs na 32ª DP alertando que Romarinho era um alvo da milícia. Dito e feito.
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